Sobre Nós!


Paola, Carina e Alexandre são Médicos de Família e Comunidade e, apesar de terem caminhado
por trajetos diferentes, se encontraram na docência de Atenção Primária à Saúde
e identificaram um irresistível interesse em comum por essa área tão polêmica da Saúde.

PAOLA
A Paola, por circunstâncias ligadas à vida afetivo-familiar,
foi ser feliz como esposa, mãe da Andrea e do Zé Luis e pediatra lá em Tabuleiro do Norte-Ce,
no semi-árido jaguaribano. Viveu, nos anos 80, a era em que a atenção hospitalar,
absolutamente hegemônica, era dada aos segurados do INPS,
do FUNRURAL, aos Indigente e ao Particular e,
cuidando de crianças, necessariamente ouvia e envolvia-se nos assuntos das mães e suas famílias.
Criou vínculos e sentiu o furacão de problemas em que aquelas crianças e suas famílias estavam enredados
e o pouco que sua medicina flexneriana podia fazer por elas.
Descobriu, como gestora (secretária municipal de saúde), as dificuldades e limitações
impostas por um sistema que não é feito só de normas, mas de pessoas, nem sempre de tão boa vontade.
Estudando e se qualificando, entendeu que a proposta de Alma Ata,
tão bem captada pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
caía como uma luva nas necessidades de vida daquela e de outras populações.
E assim vem lutando, ora cheia de ânimo, ora sem ânimo nenhum,
para a divulgação de uma melhor compreensão dessa proposta
e para a implementação de um SUS mais justo e equânime.

CARINA
A Carina, mãe do Lucas e esposa do Dênis, teve sua formação médica numa época
em que a Estratégia Saúde da Família (ESF) já fazia parte do cotidiano acadêmico,
embora ainda estigmatizado e pouco atrativo para alunos e professores.
A clareza e racionalidade da proposta foi facilmente captada
e em uma sequência natural de sua formação, dedicou-se e concluiu
o Programa de Residência Médica do município de Fortaleza.
Entendeu que, infelizmente, a ESF ainda precisa melhorar muito para, efetivamente,
ser a estratégia de organização da APS no SUS.
Mais que isso, percebeu que a falta mesmo de compreensão por gestores e profissionais de saúde
sobre o que é Atenção Primária talvez seja o maior obstáculo para essa efetivação.
Oportunamente, ingressou com sucesso para o corpo docente do Curso de Medicina da Unifor.
Acredita poder, assim, participar e influenciar a formação de médicos mais críticos
e bem informados sobre a APS e a ESF.

ALEXANDRE
O
Alexandre, formou-se em medicina numa época em que a Estratégia Saúde da Família
ainda gerava grandes espectativas de gestores e profissionais de saúde e se insinuava
como a estratégia a partir da qual se organizaria o SUS.
Na sua inquietude e espírito sempre questionador, foi checar de perto o que acontecia e,
de posse de uma boa câmara fotográfica, viajou os quatro cantos do estado do Ceará,
registrando imagens contundentes que, em grande parte, ainda são realidade hoje,
mesmo depois de tantos investimentos e discursos sobre a prioridade política
para a Atenção Primária à Saúde (APS).
Quis ver mais e foi para os Estados Unidos fazer Residência em Medicina de Família.
Viu que o pior de lá ainda é melhor do que o melhor daqui, em termos de APS.
Voltou e trouxe consigo a mineira Ana Maria, com quem está construindo uma bela família
que se iniciou com a Marina e está crescendo com a chegada do Miguel e de quem mais vier.
Sua visão crítica tem agora não só o parâmetro americano, mas também o mineiro e, ainda inquieto,
tem utilizado conhecimentos médicos, filosóficos e da tecnologia da informação
para provocar discussões e, quiçá, melhorias no sistema de saúde local.